domingo, 7 de outubro de 2012

Marcos Sérgio T. Lopes


MARCOS SÉRGIO T. LOPES 

Poeta , Associado e Participante do 

I ENCONTRO POÉTICO DO GRUPO ENCANTOS E AMOR






MENSAGEM


No despertar brusco dos dias meus
Na insensatez plena que a vida se apresenta
Nesse caminhar que se faz duro;
Porém necessário...
Tudo acontece a sua maneira
No momento exato
Sem que nada saia do seu eixo.
Longos momentos de espera
Gente que se exaspera.
Longos desencontros
Mesclado pelos encantos tantos
Sem que se aperceba o contorno se faz
Delineado, linear.
Nada entendemos
Porque não estamos aqui pra isso.
Estamos sim, para dar continuidade
Fazer acontecer tudo e pleno
Como uma engrenagem perfeita
No seu trabalho incessante.
Somos agentes a serviço da vida
Somos pedaços que devem ser unidos
A certeza que o mundo está
Com tanto pra ser construído.
Vamos em frente
Mesmo que doa tanto; às vezes
Temos que mastigar cada pedaço
Mesmo que o amargor invada nossas bocas
E aperte um tanto por dentro.
Ao fim tudo será bem mais
Teremos em nós a suave sensação
Do dever cumprido.
Iremos embora
Deixaremos os bons momentos
Para os outros...
Que virão depois de nós
Com a mesma missão:
Fazer o mundo ser algo pra sentir
Nessa magia de nome vida.

Marcos Sergio T. Lopes 






“MENINO DE RUA”

Trôpego
Olhos vermelhos dilacerados
Perdidos no vazio desencontrado.
Arrastado pela fome
No embuste dos seus dias frios
Na falta de amor...
Tão negado!
Lá vai ele
Num arroubo de coragem
Tomar o tanto que lhe falta
Nesse sinal que agora se fecha.
Simula arma inexistente
Brincando com o medo dos outros
Tanto quanto o seu, camuflado.
Gritos não lhe faltam
Rompantes de violências
Numa mescla de maldades.
Um celular,
Um relógio
E poucos cruzeiros
Para abrandar a fome que lhe come por dentro.
Sai em disparada
Ganhando alameda nua e abarrotada
Se escondendo por tempo
Nos braços do viaduto.
Uma “pedra” mais
Para esquecer os desconfortos
Carregado de tantos desgostos.
Depois volta ao seu posto
Enrolado em seus trapos
Para tomar mais alguns trocados
Apossando de um tanto que lhe falta.
Um deslize que não contava
Uma bala que lhe caça
Atinge seu peito com sofreguidão
Queima e lhe joga no chão.
Silencio que se alastra
Numa noite que lhe abraça
O olhar que se perde
E o menino se despede da avenida
Prometendo não mais voltar.

Marcos Sergio T. Lopes 






MASOQUISMO



Tira-me essas amarras
Deixa que eu te mostre os descaminhos
Levando-lhe pela torpeza incesta
Rasgando a fresta sagrada dos segredos.
Arreganha tuas manhas
E se mostre de forma impudica
Numa meia lua que escancara e descara
Tua nudez tão crua.
Faça-se algoz enfermo
Desterrando esses objetos profanos
Que esconde sob sete chaves
Afogando seus entraves
Escondendo sua real face.
Não engula esse sadismo que queima nas tuas veias
Mostrando uma ternura tão pura
Que nada mostra de você.
Deixa-se arrastar pelas volúpias abruptas
Que já queimam sua pele
Numa vergonha tamanha
Que esconde nas fronhas
Dos lençóis fétidos...
Nos quais gostaria de se deitar.
Não tem como fugir dessa chama
Que vorazmente te inflama.
Doença de carne que ferve
Queima as tuas entranhas.
Nega e reclama
Enquanto tudo geme e convida
Num resfolegar intenso
Que te agarra com suas garras
Botando as amarras que tanto ama.
Deixa escapulir essas sandices que te inflama
A luxúria que te chama.
E no saciar de pleno
Goze todas as volúpias
Até que sua carne deixe de implorar
Essa dor que agora a esmaga
Mostrando a realidade
Toda verdade que tentou abafar.

Marcos Sergio T. Lopes 






AMARGO DESENLACE



Infelizmente chegou o momento

Desato minhas mãos das tuas

Minha vida da tua

Vou embora...

Sem levar teu coração.

Não, não precisa chorar

O tempo já se faz

Tenho que partir

Mesmo que isso possa doer em ti.

Me perdoe por essa despedida

Por não te levar comigo

Tenho que ir só.

Quem sabe um dia

Quem sabe num outro momento...

Possamos sorver uma vida inteira juntos.

Sei que ficará um vazio em ti

Eu também vou oco por dentro!

Levo comigo as lembranças

Tudo que te amei

E o tanto que me amou

Agora, me dê um ultimo beijo,

Para que eu guarde comigo.

Fique em paz, querida,

Quero também um sorriso

Voltarei sempre com a brisa

Para que tenhas a certeza

Que jamais será esquecida.

Desculpe não poder te amar mais

São coisas da vida

Essa, que agora me convida,

A te deixar aqui

Mesmo que eu não queira...

Até um dia, querida.



Marcos Sergio T. Lopes - 06/08/2008



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