LUIZ POETA
Poeta e Participante do
I ENCONTRO POÉTICO DO GRUPO ENCANTOS E AMOR
O RETRATO QUE NÃO
OLHA O TEU OLHAR
Luiz Poeta
.
Só se esquece o que
não marca, o que não fere;
Entretanto só merece
ser lembrado
O que é bom do nosso
amor...e há quem espere
Ser feliz mesmo
sofrendo com o passado.
Se tu queres ser
feliz, não te reveles
Demonstrando, em tua
dor, teu triste lado...
Quando sofres, é o
amor que tu repeles
Tua dor é o teu amor
fragilizado.
Não relembres as
pessoas ou os fatos
Que fizeram tua dor
te maltratar,
E não guardes no teu
álbum de retratos
O retrato que não
olha o teu olhar.
Se tu queres ser
feliz, basta sonhar
Não atormentes teu
amor com teu tormento;
Se o melhor momento
não pode voltar,
Que tu vivas, ao
sonhar, o teu momento.
OBRA-PRIMA
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Às 14 h e 5 min do dia 15 de dezembro de 2007 do Rio de Janeiro,
Para minha irmã de alma e sentimentos Elen de Moraes.
Teu melhor poema
essencializa
A metamorfose límpida do
pranto
Num sorriso
manso que revitaliza,
No teu coração, o teu
mais puro encanto.
Quando tu escreves,
sempre te alimentas
Dessa angústia lenta que
move os poetas
E é no teu silêncio que
tu reinventas
Todo o sentimento com
que te completas.
Tua poesia espiritualiza
Cada pedra lisa dessa
corredeira
Que te leva junto,
quando o verso pisa
Todo sentimento de uma
vida inteira.
Teu melhor poema sempre
surge quando
O amor sussurra...
leve... em teu ouvido
As palavras certas e, se
estás amando,
Cada verso teu ganha cor
e sentido.
Teu melhor poema é como
a cor da tinta
Que o silêncio pinta no
teu coração
E mesmo que a dor às
vezes te desminta,
Teu amor
te pinta em outra dimensão.
Tu és mais poeta quando
tu te soltas
Nesses teus abismos
porque, ao voar,
Tu poesia sabe que tu
voltas,
Quando tu te soltas no
teu próprio olhar.
Teu melhor poema exprime
a ousadia
Do teu coração, quando
ele se sublima
E produz bem mais que o
verso que ele cria,
Quando o teu amor
é tua obra-prima.
OLHANDO
DE SOSLAIO
Luiz
Poeta
O
pobre finge que não vê quem solicita
Uma
visita ao seu mundo abandonado,
Enquanto
o rico simplesmente regurgita
Seu
caviar na boca do pobre-coitado.
O
pobre chuta a sua pedra e xinga e grita
Um
palavrão... como esse povo é descuidado...
Reclama
sempre a cada dor que o irrita,
Mas
continua olhando a vida só de um lado.
Quem
acredita na bondade, ressuscita
O
amor que imita o sonhador acorrentado
À emoção
de uma lágrima bendita
Que
facilita o choro mais desesperado.
A
vida olha de soslaio essa desdita
E na
bendita resistência, acorrentado,
O
pobre ri do próprio espelho onde fita
A
solidão de mais um dente...cariado.
PÉTALA
DE POETA
Luiz
Poeta
Um
poeta não precisa de carinho...
quem precisa é
o ser humano onde ele mora,
que
respira, sente dor, fica sozinho,
silencia e
sorri... e às vezes chora.
Abandonos são
recursos necessários
para que a
comunhão da poesia
com a vida,
reproduza itinerários
solidários do
amor com a fantasia.
Um poeta é o
sonho que ele inventa
e a palavra
necessária delineia
numa página
tão clara...ou nevoenta,
o silêncio
onde a poesia... devaneia.
Quando livre
do olhar de uma pessoa
uma lágrima
desliza... afetuosa,
há um poeta
que navega ou sobrevoa
o orvalho de
uma pétala de rosa...
E se a lágrima
de amor acaricia,
sutilmente, um
rosto triste na moldura
do silêncio de
quem ama... a poesia
denuncia a
plenitude da ternura.
É a mão
inspiração redesenhando
com matizes de
um mistério surreal
esse gesto de
dizer: - Estou te amando...
da maneira
mais sublime e ideal.
Quando o ser
humano sonha, ele transmuta
para dentro de
si mesmo, esse poeta
que produz,
nos abandonos de uma gruta
de ternura...a
poesia mais completa.
Com o tempo, o
olhar do ser humano
redescobre uma
nova miopia:
é aquela que
lhe mostra, em outro plano,
o amor tomando
a mão da fantasia.
A poesia é uma
pétala no vento,.
aguardando o
tempo certo de pousar
no silêncio de
quem faz do pensamento,
o momento mais
sublime... de sonhar...
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