domingo, 7 de outubro de 2012

Luiz Poeta


LUIZ POETA 

Poeta e Participante do 

I ENCONTRO POÉTICO DO GRUPO ENCANTOS E AMOR 






O RETRATO QUE NÃO OLHA O TEU OLHAR
Luiz Poeta 
.


Só se esquece o que não marca, o que não fere;
Entretanto só merece ser lembrado
O que é bom do nosso amor...e há quem espere
Ser feliz mesmo sofrendo com o passado.


Se tu queres ser feliz, não te reveles
Demonstrando, em tua dor, teu triste lado...
Quando sofres, é o amor que tu repeles
Tua dor é o teu amor fragilizado.


Não relembres as pessoas ou os fatos
Que fizeram tua dor te maltratar,
E não guardes no teu álbum de retratos
O retrato que não olha o teu olhar.


Se tu queres ser feliz, basta sonhar
Não atormentes teu amor com teu tormento;
Se o melhor momento não pode voltar,
Que tu vivas, ao sonhar, o teu momento.







OBRA-PRIMA


Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Às 14 h e 5 min do dia 15 de dezembro de 2007 do Rio de Janeiro,
Para minha irmã de alma e sentimentos Elen de Moraes.



Teu melhor poema essencializa
A metamorfose límpida do pranto
Num sorriso manso que revitaliza,
No teu coração, o teu mais puro encanto.
 
Quando tu escreves, sempre te alimentas
Dessa angústia lenta que move os poetas
E é no teu silêncio que tu reinventas
Todo o sentimento com que te completas.

Tua poesia espiritualiza
Cada pedra lisa dessa corredeira
Que te leva junto, quando o verso pisa
Todo sentimento de uma vida inteira.

Teu melhor poema sempre surge quando
O amor sussurra... leve... em teu ouvido
As palavras certas e, se estás amando,
Cada verso teu ganha cor e sentido.

Teu melhor poema é como a cor da tinta
Que o silêncio pinta no teu coração
E mesmo que a dor às vezes te desminta,
Teu amor te pinta em outra dimensão.  

Tu és mais poeta quando tu te soltas
Nesses teus abismos porque, ao voar,
Tu poesia sabe que tu voltas,
Quando tu te soltas no teu próprio olhar.

Teu melhor poema exprime a ousadia
Do teu coração, quando ele se sublima
E produz bem mais que o verso que ele cria,
Quando o teu amor é tua obra-prima.








OLHANDO DE SOSLAIO
Luiz Poeta



O pobre finge que não vê quem solicita
Uma visita ao seu mundo abandonado,
Enquanto o rico simplesmente regurgita
Seu caviar na boca do pobre-coitado.

O pobre chuta a sua pedra e xinga e grita
Um palavrão... como esse povo é descuidado...
Reclama sempre a cada dor que o irrita,
Mas continua olhando a vida só de um lado.

Quem acredita na bondade, ressuscita
O amor que imita o sonhador acorrentado
À emoção de uma lágrima bendita
Que facilita o choro mais desesperado.

A vida olha de soslaio essa desdita
E na bendita resistência, acorrentado,
O pobre ri do próprio espelho onde fita
A solidão de mais um dente...cariado.







PÉTALA DE POETA
Luiz Poeta 




Um poeta não precisa de carinho...
quem precisa é o ser humano onde ele mora,
que respira, sente dor, fica sozinho,
silencia e sorri... e às vezes chora.

Abandonos são recursos necessários
para que a comunhão da poesia
com a vida, reproduza itinerários
solidários do amor com a fantasia.

Um poeta é o sonho que ele inventa
e a palavra necessária delineia
numa página tão clara...ou nevoenta,
o silêncio onde a poesia... devaneia.

Quando livre do olhar de uma pessoa
uma lágrima desliza... afetuosa,
há um poeta que navega ou sobrevoa
o orvalho de uma pétala de rosa...

E se a lágrima de amor acaricia,
sutilmente, um rosto triste na moldura
do silêncio de quem ama... a poesia
denuncia a plenitude da ternura.

É a mão inspiração redesenhando
com matizes de um mistério surreal
esse gesto de dizer: - Estou te amando...
da maneira mais sublime e ideal.

Quando o ser humano sonha, ele transmuta
para dentro de si mesmo, esse poeta
que produz, nos abandonos de uma gruta
de ternura...a poesia mais completa.

Com o tempo, o olhar do ser humano
redescobre uma nova miopia:
é aquela que lhe mostra, em outro plano,
o amor tomando a mão da fantasia.

A poesia é uma pétala no vento,.
aguardando o tempo certo de pousar
no silêncio de quem faz do pensamento,
o momento mais sublime... de sonhar...







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