sábado, 6 de outubro de 2012

Ciducha Seefelder

CIDUCHA SEEFELDER

Poetisa , Madrinha de Honra e participante do 

I ENCONTRO POÉTICO DO GRUPO ENCANTOS E AMOR








 Para você, meu amor!
(in memoriam)


Hoje, o dia amanheceu cabisbaixo...
eu não sabia porque.
Agora eu já sei...
descobri que morri um pouquinho,
que perdi um pedacinho de mim,
talvez o melhor...
foi-se para sempre.

Essa parte preciosa que eu perdi,
era meu porto seguro,
minha balsa,
meu cúmplice,
minha tábua de salvação,
meu amigo,
e por que não dizer?
O meu amor!

Foram-se os sonhos...
os projetos, agora órfãos de pai,
deitando-se sonolentos
na cama do "nunca mais"...
que dor!
Que sensação mais estranha!
O vazio se estende a perder de vista
não há mais conquista
pela qual batalhar.

Deponho as armas e choro,
sem no entanto, lamentar.
Nós pudemos tudo nessa vida!
Tivemos pouco...
Eu nada posso contra a morte...
ela é maior que tudo!

Adeus, meu amor.
Descanse em paz...
                           em paz...
                                            paz...






SAUDADE
Ciducha


Saudade... saudade da emoção
saudade da paixão
dos momentos vividos
que marcaram a vida da gente. 


Às vezes parece o vento
que passa por nós como uma pluma
de quando em quando é turbilhão
tempestade, maremotos!

Saudade... brisa que carrega o passado!
E no fim de todo caminho,
Mistura-se a saudade
com a desilusão, a falta de carinho...

Nos corações vazios, meu e seu
Aloja-se a saudade,
na poesia que componho
misto de vida e de sonho! 


E vou chegando ao fim...






 Lágrimas de amor

(La Llorona)

Ciducha


Derramo-as com prazer,
as minhas lágrimas de amor
por você, somente por você!
Que sejam de saudades
que sejam de ansiedade
que sejam, se quiserem,
até dessa vontade,
que eu tenho de lhe ver!
Eu molharia o céu
eu molharia o mar
de tanto por você chorar!
E se soubesse que o traria
com minhas lágrimas furtivas
então, dia e noite eu choraria
até você me ouvir e me trazer a vida...
que só junto a você, eu a terei.
Devolva-me, portanto, o que me deve
sua presença, seu sorriso leve
devolva-me, amor, e seja breve!
Porque querer-me é pouco,
meu coração é louco por você!
Se acaso demorar
eu já nem sei...
mas bem posso chorar
tudo outra vez!





 Meu namorado
Ciducha

Nasce um poema   
meio triste e reticente
impertinente
vem chegando de mansinho
nas asas da saudade
que eu sinto do meu amor
há tanto tempo distante, isolado
meu namorado...
A lua abona meu verso
expõe meu reverso
de tantas luas felizes que vivi
e de repente o destino
quem sabe, insatisfeito comigo
chegou arrogante e sem pesar decretou:
_ O fim chegou e ponto!
Mas ele não me ensinou
a aceitar o seu decreto, irrevogável
por isso minh'alma nivela nessa saudade
de quem foi e será sempre tão amado,
o meu namorado...







 De amor também se morre
Ciducha


Aos poucos
bem devagarinho,
o coração ainda chora,
a alma parece vazia,
a emoção aflora.
A lembrança permanece,
cada dia mais intensa
e tudo mais perde a importancia,
querendo muito e no entanto
 sabendo...
que nunca mais terei o seu carinho!


Não verei de novo,
o brilho intenso do seu olhar,
a me encarar!
Não tocarei seu rosto,
nem terei nas minhas, as suas mãos...
Como é difícil aceitar,
a expressão " nunca mais "...
Ela se assemelha às labaredas,
que vão devorando meus dias,
no crepitar das horas...
dos minutos...
todos feitos de ausência,
da sua ausência!
Nunca mais...
é tanto tempo que me faz pensar,
e incontestavelmente acreditar que...
de amor também se morre...
ainda que lentamente.





 Restos de mim ...

(Ciducha)



Ah, querido, os dias seguintes

 foram terríveis!

Creio que jamais

 saberei como sobrevivi

sem seu amor,

seu carinho,

seu semblante,

sua voz no meio da noite...


Agora, sou e estou só!
Irremediavelmente só...
Nada me acode !

Não quero ninguém,
nem  mão amiga
ou afago amante...
Quero o silêncio constante,
da sua ausência,
para nele, dormir e sonhar.
É tudo que me resta...
o que resta de nós dois.

Agora pouco importa se
é dia, tarde ou noite...
Para mim, será sempre noite.
Uma noite de tempestades e trovoadas que não me apavoram,
pois permaneço abraçada
às nossas lembranças.

O melhor de mim, se foi com você.
Agora, tenho apenas os restos de nós,
mas é tão bom!
Bom e rico... o meu tesouro.
Jamais pensei contentar-me
com tão pouco...
Mas eu, que tudo podia ao seu lado,
hoje nada posso...
nada tenho...
nada vejo...
Apenas sinto e sentirei sempre,
o grande amor que partilhamos!
Nosso amor...
Nosso...
Só nosso...





 Eu sei que vou te amar !
Ciducha

Desnecessário confessar
que nunca deixarei de te amar
Pois amo-te ontem,
hoje,
e sempre!

O tempo sublima
os nossos pensamentos,
e o que era inconfesso,
hoje eu professo,
como a minha lei:
_Eu sei que vou te amar!

E não há no mundo,
em mil anos ou um segundo
nada que me faça recuar:
- Eu sei que  vou te amar!

Vou esperar...
Com a ansiedade que me abraça,
com a insensatez que me sequestra
com a lucidez que me diz,
repetida e incansavelmente:
- Eu sei que vou te amar...
eternamente !



 Por que todos se foram?
Ciducha


Hoje me perguntei:
-Por que todos os que eu amei
se foram?
Por que tão cedo?
Por que antes de mim?

Estou só... meio perdida
como quem caminha sem rumo,
em estrada longa
que não se vê o fim,
talvez por isso,
seja tão triste assim...


Às vezes me sinto como se fosse
o capitão de um navio,
vendo todos os seus tripulantes partirem...
todos os meus amores, um a um...
e a minha nau à deriva
navegando à esmo,
à procura nem eu sei do que,
mas procuro mesmo sem saber,
na imensidão do nada,
que se estende ostensivo,
a perder de vista...

Onde estão?
Para onde foram?
Por que me deixaram...
tão só!?






 Faça outra vez!
Ciducha


Ainda que em sonho,
o olhar sereno,
de olhar inquieto... irrequieto!
Pousa outra vez
no meu ombro tenso,
sua mão amena
com que, suave,
aplacaste, tantas vezes,
minha alma intolerante!

Torne outra vez,
de alguma forma,
pois não se conforma
com sua ausência,
o meu jeito de ser

Faça-me mulher
outra vez!
De alguma forma
tome minha mão,
ensine-me novamente
o que não aprendi,
ou esqueci, não sei...

Não me negue o que preciso,
não me roube o juízo,
não me deixe assim...
às margens de mim.

Faça outra vez!
Como já me fez tantas vezes:
- Feliz!



 Sempre no meu coração...
 Ciducha

Minha certeza é a do vento
que vem e passa,
engolindo vorazmente
tudo o que encontra pela frente,
e eu me assemelho mas não me sacio,
sedenta de amor...
Minha coragem tem limite...
O limite certo para o nosso caso.
Se é que existe,
se alguém resiste
porque eu... não sei ainda,
se resistirei...
Carrego a esperança do amanhã,
do afago,
do sorriso
e da palavra dita docemente,
na sua voz, caliente...
Em alguma noite ou dia
num momento de amor ardente,
inconsequente...
que dispensa explicação.
Apenas é,
esse desejo  forte
que sufoco no meu peito.
Sempre no meu coração...
Seja do seu ou do meu jeito!





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