Gilda Pinheiro de Campos

GILDA PINHEIRO DE CAMPOS 

Poetisa, Associada e Participante do 

I ENCONTRO POÉTICO DO GRUPO ENCANTOS E AMOR

MEU VIVER
Gilda Pinheiro de Campos

Olho a cidade iluminada, linda,
borbulhante como uma taça de champagne...
E eu em traje de gala esperando meu parceiro
para que por fim adentremos a  festa, essa festa
chamada vida...

Sim eu travei a vida, virei mera espectadora
desse espetáculo chamado viver...
Errado? Sim, muito...mas infelizmente
não mando no coração, mesmo que o bom
senso me diga a gritos que estou errada...

Coração...razão...emoção...intermitente está
meu pensamento entre esses tres estágios...
Me perguntam se vale a pena...

Mas como saber se não sei de ti,
vivo  esperando, olhando estrelas. gritando
ao mundo que te amo, que sempre vou te amar...

Que passe o que passe, você é a razão de tudo...
Que estou o tempo todo a tua procura...
Na música, poesia, nas longas noites
e tristes madrugadas...

Essa loucura, me faz viver...
me faz amanhecer cada dia com fé,
esperança, uma quase certeza de que
está perto esse dia...

PROMESSAS

*Gilda Pinheiro de Campos*

Como a vida muda num instante...

Como tudo é efêmero, frágil ,imprevisível...

Do que adianta fazer planos, sonhar

com um sonho impossível

tentando torna-lo possível...

Utopia...

Não se pode viver fora da realidade

Essa é a verdade...

Pés no chão sempre...

cabeça nas estrelas sob controle

Bom senso, frieza nas decisões

pouco acreditar nas promessas...

São promessas...

Passiveis de não serem cumpridas...

Algumas de boa fé prometidas...

Outras irresponsavelmente faladas

sem a mínima vontade de torna-las realidade...

Prometer por prometer...

Passar o tempo e talvez, quem vai saber...

Prazer em fazer sofrer...

UMA LOUCURA
*Gilda Pinheiro de Campos*

Faz amor...
Faz uma loucura por mim...
Acho que mereço...
Vamos sair por aí sem pensar na hora...

Eu faço todas por você...
Perco a hora, o juizo,
 sem muito pensar...

Você diz que tem saudade mas
nada faz pra me ver...
Nem uma loucura de amor...
Nem nada...

Vem meu amor, te espero no mesmo
lugar e na mesma hora...
Acredito quando diz que tem saudade
Então vamos recomeçar...

A VIDA CONTINUA...
*Gilda Pinheiro de Campos*

Quando pela primeira vez falei de saudade,
ainda não tinha a real dimensão do que era...
Sempre a mantive longe de mim,
 apenas um sentido poético, romântico...
Mas o tempo, esse carrasco,
 me ensinou que ela sim existe e estava do meu lado,
apenas esperando o momento certo para se fazer presente...
E a conheci, e como...de perto, me tomando  inteira,
me fazendo chorar,  lamentar
momentos não vividos, horas, dias de espera...
E como ela se fez cruel, dolorida...
Diferente essa saudade que senti...
Tão real, tão minha...sim...minha, que ironia,
como pode ser ela tão invasiva e se fazer
minha...não a convidei, nem a pedi como companhia...
Simplesmente se instalou soberana,
 dona e senhora de mim...
Hoje que consegui me livrar dela,
a vejo outra vez como algo distante,
 que consigo conviver, com calma, sem
grandes intimidades...
Sei que ela existe, que quando
quer se faz sentir, mas que já
 não é presença constante...
É mais uma visitante ocasional
e em datas especiais...
É visita indesejada,

mas obrigatória nessas datas...
Grandes saudades terei sempre...
Fazem parte da minha existência, mas
serão sempre sentidas de maneira tranquila,

consciente sou de que nesta

 passagem terrena, pessoas marcaram
minha vida, se fizeram parte dela e
 quando partiram me deixaram um vazio
 porque foram importantes...
Deixaram amor, levaram amor...
São insubstituíveis, únicas, eternas...
Tenho certeza que noutra dimensão as
encontrarei e tudo continuará...
 Apenas uma interrupção, nada mais...
Essa certeza ameniza a saudade...
Me faz sorrir quando olho o horizonte
 e sinto ali guardadas para sempre 

as lembranças,
cada momento vivido,
e eternizado na memória...
A vida continua...

MINHA ALMA

*Gilda Pinheiro de Campos*

Agora só te vejo assim...

Num quadro, num retrato, num poema perdido

numa pasta qualquer no meu micro...

Saudades...muitas mesmo....

Do  que deixamos de viver,

do que sonhei e não se realizou...

Já vejo a vida assim....

Como uma pintura, só devemos olhar

a distancia, porque perto as imperfeições são muitas...

Tenho já plena consciência do tempo  passado, do pouco

que resta, do perdido e não recuperado...

Sinto saudades, tristeza, insegurança e dor...

Continuo de pé, e assim ficarei até o fim...

Já não sonho, a realidade está presente no dia a dia,

nas noites silenciosas e tristes, nos amanheceres solitários...

Nem o mar me fascina mais como antes....

Não o visito, nem caminho mais na areia...

Tudo terminando vagarosa mas implacavelmente...

Também não mais lamento nada, passou...

Agora é olhar pra frente...

 Tentar tirar muito do pouco que restou...

Em algum lugar ficou minha alma

que em busca da tua se perdeu no passado...

HOJE

*Gilda Pinheiro de Campos*

Hoje me peço perdão pelas perdas...

pelo que ficou pelo caminho...

E foram tantas coisas....

Tantas oportunidades desperdiçadas...

Pelo que permiti que me fizessem...

Pelo que me fiz sem muito pensar...

Pelo desejar mudar o mundo quando deveria ter me mudado, me preparado...

Por não enxergar que certos sonhos são impossíveis...

Não usar o bom senso...

Por não ter amado quem muito me amou e partiu dizendo adeus...

Por não olhar ao redor e ver que perto, muito perto estava a solução...

E hoje me perdoo porque aprendi a reconhecer tudo isso, e não olhar mais para o passado...

A recomeçar com tranquilidade sem me perguntar, será?

Hoje sei que nada sei....

Continuo aprendendo....

errando ...acertando...assumindo...vivendo... 

E com certeza muito mais feliz...

Me beija

*Gilda Pinheiro de Campos

Me beija me beija muito

eternizando este momento lindo

que vivemos e que me faz tão feliz...

Contigo vejo o dia amanhecer...

O sol nascer iluminando este amor

louco e intenso

que nos leva ao delirio do prazer

e a tristeza da despedida...

Estar contigo é sentir  teu beijo quente

 e tuas  mãos deslizando suavemente

por meu corpo

descobrindo meus íntimos segredos,

a hora suprema, o brinde ao prazer

conquistado e vivido

 Não entendo esta insanidade

que me invade e mesmo

que passe o tempo implacável

quero amar-te até o final 

por que  juro amor meu

ninguém me beijou e amou tanto

ou melhor ...

Sou tua...

ME PERDOA...

*Gilda Pinheiro de Campos*

Meu Amor Adorado

Me perdoa se te amo tanto

Se já não vivo sem sentir teus beijos,

teus carinhos e teu sorriso...

Se sinto tanta falta,

de conversar, te escutar...

Tua alma perfumada que me guia

na escuridão desta passagem

tão atribulada por esta

encarnação...

Chegaste como uma luz no

final do tunel

Que tudo ilumina e colore...

Pintas de azul  meu mundo

e com leveza e amor

me mostras como se é feliz...

Tão simples...mas que

estava fora do meu alcance

por toda minha vida

até agora...

Loucura...delírio...paixão...amor...

Não sei explicar, só sentir...

Te vejo como um anjo

cuja luz forte e clara

tudo ilumina e alegra...

 Que assim seja,

 eternamente feliz

esse encontro de almas

que cumprem sua missão

e deixam um rastro de amor

De boas sementes,

para germinarem

e se multiplicarem

Fazendo desta passagem

uma semeadura do bem

da alegria, do amor...

Assim seja amado meu!!!

Acabou

*Gilda Pinheiro de Campos*

Ah...Meu Deus, de novo...

Acabou, que tristeza...

Sozinha outra vez, triste sem amor, caminhando

sem destino, sem esperança, por uma senda de lágrimas 

e sonhos desfeitos...

Ele me deixou sozinha pelo caminho, disse que

vinha e não veio, deu desculpas, sorriu amarelo, se fez de

desentendido...

Já nem gosta mais dos meus versos, o incomodam...

Tem outro novo/velho amor, que o absorve...

Aqui estou diante de ti, em prece, entregando

toda a minha tristeza e saudade...

Cansei, já nada espero, nem luto...

Vou olhar o mar, brincar com as estrelas e pedir a lua

que brilhe, brilhe muito para que

eu possa diante da imensidão do mar jogar meu pranto...

Que leve  minha tristeza e  traga

finalmente ao amanhecer, minha alegria, minha esperança...

Já não aguento mais a solidão...

Em algum lugar do passado

*Gilda Pinheiro de Campos*

Em algum lugar do passado
meus sonhos se perderam...

Minha alma ficou prisioneira
deste sonho e adormeceu entre
flores de um jardim....
ando vagando em busca do
caminho de volta...
Talvez ainda encontre você,
quem sabe adormecido também,
na eterna espera de que nossos
sonhos ainda tenham tempo de se concretizarem...
mas será tudo uma quimera ou o tempo
implacável nos derrotou?
às vezes olho o horizonte na vã
esperança da tua volta....
mas meus braços ficam vazios do abraço que sonho....
então cai a chuva, juntando-se com as lagrimas....
é tudo um sonho...acordei...